No Brasil, a confeitaria nacional se desenvolveu a partir das receitas conventuais portuguesas, que aos poucos foram adaptadas aos nossos ingredientes e clima. Pode-se dizer que a história da confeitaria brasileira é como a história do próprio povo brasileiro, marcada pela miscigenação https://impotenzastop.it/. As receitas vinham de Portugal, muitas vezes com influências italianas e francesas e aqui sofriam mudanças. Mudanças que produziram uma riqueza de paladar que não seria possível sem as índias, essas sim as primeiras cozinheiras do Brasil, ou as escravas africanas.
A farinha, que era um ingrediente escasso, era substituída pela massa de mandioca e as amêndoas pelo coco, apontando já a grande influência africana da nossa culinária. Com o tempo, começaram a surgir receitas novas e originalmente brasileiras, como o quindim-de-iaiá, a cocada, os bolos de mandioca e as broas de milho. Muitas receitas foram desenvolvidas pelas ricas famílias nordestinas, que serviam seus bolos e doces como uma afirmação de status social, para maravilhar os convidados e, por isso, eram secretas, passadas de geração em geração.
No final do século XIX, com o fim da escravidão vimos uma nova safra de estrangeiros que vinham ao Brasil com suas culturas, memórias culinárias e, por incrível que pareça, mudas de plantas das terras natais. Eram europeus e árabes no início, que logo foram seguidos também por japoneses. Toda essa diversidade foi se espalhando pelo Brasil, que acolheu as novidades e tomou-as para si. As receitas foram aos poucos sendo adaptadas e reinventadas, caindo no gosto do brasileiro durante todo o século XX.
Nos últimos anos, o Brasil tem passado por um verdadeiro redescobrimento. Ingredientes brasileiríssimos, que se viam relegados a segundo plano, voltam como protagonistas, além de receitas que já tinham saído de moda como, por exemplo, o brigadeiro e o bolo-de-rolo, que hoje são vistas em prateleiras de produtos gourmet. Foram necessários quinhentos anos para entendermos que o que a nossa grama é tão verde quanto a do vizinho.
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